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Saúde 10 de outubro de 2019 Fausto Rezende Fernandes

Dormir Bem é Envelhecer com Saúde

Esse foi o slogan da Semana do Sono de 2019, que ocorreu entre os dias 11 a 17 de Março de 2019, promovida pela Associação Brasileira do Sono (ABS), Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABOS).

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           Esse foi o slogan da Semana do Sono de 2019, que ocorreu entre os dias 11 a 17 de Março de 2019, promovida pela Associação Brasileira do Sono (ABS), Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABOS). O evento consistia em uma campanha de conscientização sobre a importância da qualidade e quantidade do sono para a saúde humana, e teve grande repercussão nacional, atingindo a maior divulgação presencial e em mídias sociais da história da campanha de conscientização. Foram mais de 4 mil acessos no site da Associação Brasileira de Sono (ABS). De acordo com o site da ABS foram cerca de 1,1 mil profissionais voluntários espalhados em 56 cidades brasileiras, realizando 213 ações pelo Brasil (99 palestras, 53 ações com idosos e 61 ações públicas). No ano de 2018 a campanha foi reconhecida e premiada internacionalmente pela World Sleep Society, por ter realizado uma das melhores ações voltadas à Semana do Sono e este ano, seu objetivo foi sensibilizar ainda mais pessoas e contribuir para a melhor qualidade do sono dos brasileiros. Veja mais no link: https://saude.abril.com.br/bem-estar/ficar-bem-com-menos-de-8-horas-de-sono-e-mito-diz-estudo

        A fisiologia e fisiopatologia que envolve o sono vem sendo estudada cada vez mais pelos profissionais da área da saúde, principalmente, devido ao aumento de doenças e/ou complicações ocasionadas pela sua privação ou até mesmo a ausência. Antigamente, uma das queixas mais comuns dos pacientes eram a ansiedade e o stress. Atualmente, essas duas ainda são prevalentes, porém agora, somadas com as suas consequências: depressão, labilidade emocional, insônia, doenças cardiovasculares, ganho ponderal e déficit de atenção/memória.

         Infelizmente, a correria diária no trabalho, na família e na vida social resultam em sobrecarga muito grande em nossas vidas, sendo uma das principais causas do gatilho dessas alterações iniciais. Noites sem dormir ou em que dormimos mal são responsáveis por mais sobrecarga em nossos dias e, pelos baixos níveis de energia acumulados, não conseguimos atingir nosso desempenho diário, estabelecendo um ciclo vicioso para esta relação. Ultimamente, as crianças também vêm sofrendo desse mal. A qualidade do sono da criança é influenciada não só por seu temperamento, mas também pelo temperamento dos pais, pelas relações pais/filhos, por estresse, alterações anatômicas (craniofaciais e hipertrofia adenoamidaliana), medicamentos, dentre outros fatores. Dormir mal nos primeiros anos de vida tem efeitos negativos sobre o desenvolvimento cerebral, o crescimento físico, o comportamento, o estado de humor, as emoções, a memória, desempenho escolar e o bem-estar dos pais e da família. Veja mais no link: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/sono.htm

Dormir Bem é Envelhecer com Saúde

De acordo com um estudo canadense publicado na revista Health Reports (Dez/2018) sobre a “Prevalência de Insônia nos Canadenses de 06 a 79 anos”, aumento de 42% nos sintomas de insônia foram observados em adultos entre 18-65 anos e 1% dos entrevistados entre 6-13 anos (passando de 7,7% para 8,8%. ).


           Qual a consequência de todos esses eventos? Há uma diminuição e encurtamento da qualidade do sono, propiciando o surgimento de eventos secundários à saúde do paciente, que podem diminuir sua expectativa de vida. A tabela do Sleepfoundation demonstra quantas horas em média um indivíduo deveria dormir, desde o nascimento até a terceira idade. Porém, o que se observa é que há uma horizontalização dessas horas a partir dos 18 anos e uma queda maior das horas na terceira idade, aumentado assim a prevalência dos distúrbios no sono.


           É de extrema importância que tenhamos uma boa noite de sono, pois coloquialmente falando “recuperamos as energias gastas naquele dia e acumulamo-las para o dia seguinte”, além de otimizarmos o metabolismo corporal (principalmente do hormônio do crescimento e cortisol) e consolidamos nossa memória, promovendo ainda a reparação de lesões nos tecidos corporais e o fortalecimento do nosso sistema imunológico. Algumas medidas podem ser tomadas com o intuito de melhorar a qualidade e eficiência do sono: evitar uso de celular/tablet quando estiver deitado; desligar televisão e computador; não fazer ingestão de bebidas alcóolicas e à base de cafeína/estimulantes muito tarde; evitar refeições gordurosas e em grande volume à noite; evitar cochilos durante o dia; dormir de preferência sempre a mesma quantidade de horas por noite; não dormir imediatamente após a alimentação e praticar exercícios regularmente. Vale ressaltar ainda, que as características do ambiente, como temperatura agradável, pouca luminosidade, ausência de barulhos, um bom colchão e travesseiros adequados, contribuem para que possamos conseguir o ambiente ideal, que seria a perfeita higiene do sono. Portanto, para que possamos ter uma velhice saudável, a mudança de hábitos, especialmente relacionados ao sono, devem começar a partir de agora.
              
              
- Bibliografia:

1) CHAPUT, J.P; YAU, J; RAO, D. P; MORIN, C. M. Prevalence of insomnia for Canadians aged 6 to 79. Health Reports, Vol. 29, no. 12, pp. 16-20, December 2018.

2) DARIEN, IL et al. American Academy of Sleep Medicine. International Classification of Sleep Disorders. 3rd ed. 2014.

3) How Much Sleep Do We Really Need? Diosponível em: https://www.sleepfoundation.org/excessive-sleepiness/support/how-much-sleep-do-we-really-need. Acesso em 11 de Agosto de 2019.
4) Kubota AMA, Silva MNRMO, Masioli AB. Aspectos da insônia no adulto e a relação com o desempenho ocupacional. Rev Ter Ocup Univ São Paulo, pp.119-25, maio/agosto 2014.

5) Semana do Sono 2019. Disponível em: http://semanadosono.com.br/. Acesso em 11 de Agosto de 2019.

 

Fausto Rezende Fernandes
Artigo publicado por

Fausto Rezende Fernandes

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